Casa sustentável made in Brazil

Brasil – A falta de fabricantes e de tecnologia de placas solares encarecem o uso desta energia no país. Já o mecanismo para aquecimento de água já funciona, e o custo inicial pode ser recuperado antes de seis anos de uso, a vida útil do equipamento fica em torno de 15 anos. Um projeto de uma casa sustentável esta sendo desenvolvido no Brasil. Com essa tecnologia, o preço de produtos como placas solares devem ficar mais baratos no país.

Alguns pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro  (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP); Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) preparam a Casa Solar Flex para apresentar na competição Solar Decathlon Europe 2010.

A professora da UFRJ Elaine Garrido, uma das coordenadoras do projeto, explica que o modelo pode ser adaptado para o uso em residências. Para questão mais importante é a economia proporcionada pelas casas solares, como já acontece em alguns países.

“É um processo interessante. A energia solar produzida durante o dia na casa pode compensar o que é gasto com eletrodomésticos, como se fosse uma devolução da energia”, conta Elaine.

No Brasil, ainda falta regulamentação e interesse de empresas para investir comercialmente em painéis solares para gerar energia, destaca Célio Bermann, coordenador do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP. Ele destaca que a energia solar é útil em areas afastadas ou como uso de forma complementar.

O uso de energia solar ainda está em debate no Brasil. O custo de importação das placas é muito alto para uso doméstico e não justifica a compra. O país precisa de tecnologia para então começar o interesse pela produção em larga escala”, explica Bermann.

No caso de aquecimento de água, o uso de aquecedores solares é viável no país. O professor Sérgio Braga, da Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) usa há seis anos cinco metros de coletores solares para esquentar a água da sua casa.

Braga diz que tem o sistema elétrico como fonte auxiliar, mas fica vários dias sem usar. Ele contou que a capacidade de armazenamento de água quente chega a 400 litros, o que é mais que suficiente para as quatro pessoas da sua farilllia tomar banho.

Sistema ajuda a reduzir perdas elétricas

A instalação de um sistema de medição inteligente pode levar a uma maior economia de energia elétrica. Com o sistema, o consumidor sabe exatamente quanta energia está consumindo, e as concessionárias conseguem coibir as ligações clandestinas, que geram prejuízo anual de R$ 7,8 bilhões no país. Para o consumidor, a redução na conta de luz chega a 15%.

A rede inteligente (smart grid) também reduz as falhas do sistema de transmissão de energia.

Como a identificação de uma falha na rede é imediata, é possível reestabelecer o fornecimento rapidamente. Por evitar desperdícios, o sistema é considerado uma iniciativa importante de tecnologia limpa para a próxima década.

A empresa americana Silver Spring Networks (SSN), em parceria com a Axxiom, especializada em sistemas de integração e gestão, está trabalhando para desenvolver um plano de instalação de sistemas de rede inteligente (smart grid) no Brasil. O sistema já está em uso nos Estados Unidos e na Austrália.

Por aqui, a substituição do atual sistema analógico pela rede de energia inteligente requer aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que abriu consulta pública sobre o assunto no inicio deste ano.

“O primeiro passo na adoção dessa tecnologia é dado pelas grandes distribuidoras de energia elétrica, com a instalação de medidores inteligentes”, explica John O’Farrell, vice-presidente executivo de desenvolvimento de negócios da Silver Spring.

No país, existem 63 concessionárias, que são responsáveis pela distribuição de energia tanto para casas quanto para empresas de todo o país.

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